Olimpíada de Tóquio 2020: falhas no combate à pandemia mancham imagem da 'eficiência japonesa'
O Japão aprovou a primeira vacina para uso contra a covid-19 no dia 14 de fevereiro deste ano, dois meses depois de países como Estados Unidos e Reino Unido.
Da redação | 24/07/2021
70% da população não queriam a Olimpíada |
Após o início tardio da campanha, a imunização em massa não avançou como planejado: poucos dias antes do início da Olimpíada de Tóquio, apenas 35% dos japoneses haviam recebido pelo menos a primeira dose. O percentual é menor que o do Brasil, onde a parcela de imunizados com uma dose ou imunização completa chega a 45%, conforme os dados da plataforma Our World in Data.
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As autoridades japonesas também não conseguiram evitar um aumento de casos de covid-19 e a disseminação na Vila Olímpica: nesta sexta (23/07), passavam de 100 os diagnósticos entre atletas, membros de delegações e jornalistas.
O cenário é o oposto da imagem do Japão eficiente que o mundo se acostumou a ver retratado nas últimas décadas. Inclusive nos momentos de crise: a reação ao terremoto e tsunami na região de Fukushima em 2011, para citar um episódio mais recente, foi notícia no mundo. Na época, o país chegou a reconstruir em apenas seis dias uma rodovia na cidade de Naka partida ao meio pelo desastre.
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O que deu errado?
O combate à pandemia no país vem sofrendo críticas desde o início. Em agosto de 2020, um artigo publicado no periódico científico British Medical Journal (BMJ) apontou problemas que iam desde uma capacidade reduzida de testagem, que acabou elevando o número de casos não diagnosticados e, por consequência, as infecções, a falhas na comunicação da importância do distanciamento social e da necessidade de ficar em casa para proteger o sistema de saúde.
O texto, assinado pelos pesquisadores Kazuki Shimizu e Elias Massalo, do departamento de Política de Saúde da London School of Economics and Political Science, e Haruka Sakamoto, da Universidade de Tóquio, fala ainda de uma "tensão entre a política e ciência".
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O comitê de especialistas montado no início do surto, exemplificam os estudiosos, não chegou a ter pluralidade e autonomia para que tivesse a importância que deveria no processo decisório. Também teria faltado ao governo maior transparência — a própria decisão de adiar os Jogos Olímpicos, segundo o artigo, foi tomada de forma abrupta e sem que fossem detalhadas suas razões.
Para Craig Mark, professor de relações internacionais da Universidade de Kyoritsu, em Tóquio, uma das explicações para a postura errante do governo foi a tentativa de preservar a economia.
"O governo não queria se colocar na posição de impor medidas mais severas. O argumento usado foi de que a Constituição do Japão não dá ao Executivo o poder de implementar lockdowns, mas isso poderia ter sido alterado por meio de lei com aprovação do Parlamento. O governo escolheu não seguir esse caminho", afirma.
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Ainda assim, o país ficou bem longe dos recordes de casos e mortes observados pelo mundo. Entre os 126 milhões de habitantes, até o momento foram registradas pouco mais de 15 mil óbitos pela doença. Na comparação pelo critério de mortes por milhão de habitantes, o Japão segue bem atrás de países como Brasil, Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Alemanha.
Uma das explicações é a autodisciplina do povo japonês, que cumpriu em boa medida as recomendações para uso de máscara e para que fossem evitadas aglomerações.
"O governo tem se apoiado no senso de cooperação dos japoneses, mas isso tem um limite, especialmente agora, com a disseminação da variante Delta", avalia Mark.
"E há um desgaste, por exemplo, entre os jovens, que querem sair de casa, encontrar os amigos. Já vi bares vendendo bebidas alcoólicas após o horário permitido pelas medidas de restrição", ele conta.
Diante do aumento de casos às vésperas dos Jogos, o Japão declarou estado de emergência pela quarta vez, com previsão de duração até o dia 22 de agosto. Em Tóquio, a presença de público nos locais das competições foi proibida.
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